
Nelson Heller: “Ficamos lutando duas horas e meia”
Em entrevista a ZH, cirurgião plástico mostrou-se preocupado com a famíia da paciente
No fim da tarde de ontem, depois de prestar depoimento na Delegacia de Homicídios, em Porto Alegre, o cirurgião plástico Nelson Heller falou por telefone com Zero Hora sobre a morte de Livia Ulguim Marcello. Abalado e preocupado com a família da paciente, o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica no Estado evitou dar detalhes do caso, mas garantiu ter feito o possível para salvá-la. Confira trechos da entrevista.
Zero Hora – O que ocorreu durante a cirurgia?
Nelson Heller – A cirurgia estava normal. Em determinado momento, perto das 13h, a paciente fez uma parada cardíaca. A frequência foi de 80 para 40. Aí o anestesista entubou a paciente, e fizemos todos os procedimentos. Fizemos massagem cardíaca, chamamos a emergência, pedimos sangue, chamamos o cirurgião de tórax. Tudo, tudo. Ficamos lutando duas horas e meia com ela. Infelizmente foi uma fatalidade.
ZH – Por que aconteceu a parada cardíaca?
Heller – É uma questão lotérica, uma coisa que nunca me aconteceu em mais de 30 anos de cirurgia plástica. Nunca tive um óbito. E foram mais de 50 mil cirurgias. Tenho uma equipe muito qualificada e equipamentos de última geração. Vários oxímetros, carrinho de anestesia completo, cardioversor para parada cardíaca.
ZH – A paciente tinha algum problema de saúde anterior?
Heller – Nada. Todos os exames foram feitos. Elétro, exame de sangue, de urina, ecografia de mama, deu tudo normal.
ZH – O fato de fazer lipoaspiração e implante de silicone ao mesmo tempo pode ter sido prejudicial?
Heller – Não, era uma lipo pequena. Não chegou a dois litros. Os dois procedimentos eram pequenos.
ZH – Que tipo de anestesia foi feito? Houve algum problema?
Heller – Foi peridural. Tudo correu normalmente.
ZH – A clínica segue funcionando?
Heller – Estou muito abalado. Suspendi todas as cirurgias hoje (ontem) e amanhã (hoje), assim como o consultório, também em respeito à família. Estive no velório. Foram respeitosos comigo, mas a mãe dela pediu para que eu saísse. Não quero falar mais em respeito a ela.
ZERO HORA
Nenhum comentário:
Postar um comentário